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domingo, 14 de outubro de 2012

ECOLOGIA - A MERCANTILIZAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Excelente artigo sobre a capitalização da ecologia
Da EcoAgência

Economia verde e mercantilização
Este é o objetivo oculto do conceito de Economia Verde, aparentemente uma nova arma em defesa do ambiente. É este o espírito da Lei nº. 2.308, de 22 de outubro de 2010, do Estado do Acre, que cria o Sistema Estadual de Incentivos a Serviços Ambientais (SISA), que alguns pretensos ambientalistas defendem como iniciativa pioneira para proteger a natureza.
Por Arthur Soffiati*


Em todas as civilizações, existiram a atividade comercial e os comerciantes. Estes viviam da sobra de bens de uso para comerciar, transformando assim bem de uso em bem de troca. Contudo, o mercado, nessas condições, estava restrito a se apropriar da produção de excedentes. Se eles se ampliavam, o mercado crescia. Se eles se reduziam, o mercado se contraía, num fluxo oscilante de altos e baixos.

Só a civilização ocidental conseguiu romper um modo de produção cujo objetivo espontâneo era atender às necessidades básicas do ser humano, como em todos os modos de produção pré-capitalistas. A partir do século XI, na Europa Ocidental, os comerciantes começaram a crescer com a transformação de bens de uso em mercadoria. Desejando engordar seus negócios, os comerciantes estimularam a expansão da Europa por terra em direção ao Oriente Médio no longo episódio denominado Cruzadas (1096 a 1270). O objetivo era quebrar o monopólio do comércio oriental detido por comerciantes muçulmanos. A tentativa fracassou.

Contudo, os comerciantes europeus continuaram na ampliação do mercado interno. Alguns fatores contribuíram para que se passasse de um sistema de produção de produtos para um sistema de produção de mercadorias. Um deles foi o tépido aquecimento climático natural entre os séculos IX e XIV. Com a elevação das temperaturas, mais terras ficaram disponíveis ao agropastoreio, proporcionando o aumento da produção e o aumento de excedentes comerciáveis. Contudo, também a população cresceu e exerceu pressão sobre a produção de alimentos. Por sua vez, o uso mais intenso do solo levou ao seu esgotamento. O segundo foi a crise geral do feudalismo no século XIV causada por um conjunto de fatores que levou à fome, a uma grande epidemia e à morte de grande parcela da população. Assim, o sistema feudal abria campo para novas relações sociais de produção.
A economia de mercado cresceu. O desejo de tomar aos muçulmanos o monopólio das rotas comerciais do oriente impulsionou a Europa a buscar uma nova rota de expansão, agora pelo Oceano Atlântico. É o que se denomina de expansão marítima, nos séculos XV e XVI. Pouco a pouco, a civilização ocidental foi alcançando todos os continentes à procura de fontes fornecedoras de matéria prima e de produtos comercializáveis. Ao mesmo tempo, abriam-se áreas de consumo dos produtos europeus.

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